Nos últimos anos, o futebol passou por modificações importantes nas regras implementadas pela FIFA e pela IFAB. Essas alterações visaram tornar o jogo mais dinâmico, justo e envolvente. Como resultado, a dinâmica de marcação de gols também se transformou. Vamos explorar como as mudanças nas regras de 2020 até o início de 2025 influenciaram o número de gols nas partidas profissionais.
Uma das atualizações mais significativas foi a redefinição da regra de mão na bola em 2020. Agora, qualquer toque com a mão ou braço que resulte em gol é penalizado, independentemente da intenção. Isso reduziu os gols controversos e aumentou a quantidade de pênaltis marcados por infrações defensivas.
Além disso, a interpretação do impedimento foi modificada. Em 2022, a IFAB passou a favorecer o atacante em situações inconclusivas pelo VAR. Essa mudança sutil beneficiou os atacantes e gerou um aumento perceptível no número de gols em ligas como a Premier League e La Liga.
As regras contra a perda de tempo também foram reforçadas. Goleiros e jogadores que atrasam o reinício do jogo agora são mais severamente penalizados, o que aumenta o tempo de bola em jogo e cria mais chances de ataque.
De acordo com dados da FIFA e das ligas nacionais, entre 2020 e 2024 houve um aumento global na média de gols por partida. A Premier League, por exemplo, registrou média de 2,85 gols por jogo em 2023, contra 2,66 em 2019. A Serie A e a Bundesliga seguiram a mesma tendência.
Esse crescimento está ligado a mudanças que incentivam o jogo ofensivo e penalizam táticas defensivas extremas. A quantidade de pênaltis aumentou com as intervenções do VAR e novas regras de mão na bola, oferecendo mais oportunidades de marcar.
Além disso, as novas regras dificultam o uso de estratégias para quebrar o ritmo do jogo. Com mais tempo de jogo efetivo, os times ofensivos passaram a ter mais chances de finalização.
A introdução da tecnologia de impedimento semiautomático na Copa do Mundo de 2022 e sua posterior adoção pelas competições da UEFA trouxeram mais precisão nas decisões de gols. O sistema reduziu atrasos e erros, tornando o jogo mais fluido e previsível.
Essas melhorias também permitiram aos times adaptar suas táticas. Atacantes agora cronometravam melhor suas corridas, sabendo que o VAR julgaria os lances com precisão. Técnicos passaram a incentivar jogadas mais diretas.
Essa confiança resultou em menos hesitação por parte dos atacantes. Com menos gols anulados indevidamente, os jogadores passaram a atacar com mais convicção e agilidade, o que aumentou o número total de gols.
Os árbitros agora contam com mais apoio e clareza para tomar decisões cruciais. Isso resultou em maior consistência na aplicação das regras, especialmente em pênaltis e impedimentos.
Treinadores adotaram estratégias de marcação alta, aproveitando o maior rigor contra atrasos em substituições e reinícios. Essas táticas de alta intensidade buscam recuperar a posse de bola e atacar rapidamente.
Ao mesmo tempo, os meio-campistas passaram a ser treinados para passes longos e rápidos, aproveitando a menor margem de manobra das defesas. O resultado: mais chances claras e finalizações bem-sucedidas.
Outra mudança crucial foi a adoção definitiva das cinco substituições por equipe, inicialmente introduzida durante a pandemia. Em 2023, a regra foi consolidada na maioria das grandes ligas, aumentando o ritmo e a intensidade do jogo.
A regra permite aos treinadores manter altos níveis de energia durante os 90 minutos, principalmente nas posições ofensivas. Atacantes frescos enfrentam defesas cansadas, aumentando a probabilidade de gols no fim das partidas.
Além disso, a substituição extra permite maior flexibilidade tática. As equipes podem alternar formações e exercer pressão nos setores mais vulneráveis — geralmente no terço final do campo. Isso elevou o número de gols nos minutos finais.
Com mais opções de substituição, as partidas se tornaram mais intensas até o apito final. Técnicos frequentemente lançam dois atacantes nos minutos finais para buscar o resultado ou ampliar o saldo de gols — fator importante em torneios e critérios de desempate.
Isso obrigou os defensores a mudarem a abordagem nos minutos finais. O cansaço e a pressão aumentaram os erros, favorecendo os atacantes. Resultado: picos de gols após os 75 minutos de jogo.
O público também saiu ganhando. Os jogos mantêm ritmo e emoção até o fim, aumentando o engajamento e o valor comercial das transmissões.